Números IRRACIONAIS
Números RACIONAIS
novembro 29, 2006
novembro 24, 2006
RÓMULO de CARVALHO/ ANTÓNIO GEDEÃO
24 de Novembro de 1906 - 19 de Fevereiro de 1997
O centenário do professor, cientista e poeta
Pedra filosofalEles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão
novembro 20, 2006
novembro 17, 2006
novembro 16, 2006
novembro 15, 2006
novembro 14, 2006
novembro 08, 2006
novembro 07, 2006
(AP aula nº6)
- Sequências numéricas geradas no Excel
- Um aluno solicitou ajuda para criar um blogue. :)
- Sequências numéricas geradas no Excel
- Um aluno solicitou ajuda para criar um blogue. :)
novembro 06, 2006
OLIMPÍADAS PORTUGUESAS de MATEMÁTICA
4ª feira, dia 8 de Novembro, às 15.00horas
SALAS: 28 e 28A
4ª feira, dia 8 de Novembro, às 15.00horas
SALAS: 28 e 28A
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Depoimento gravado na ESE para uma sessão do ProfMat2006
A MESMA MATEMÁTICA PARA TODOS OS ALUNOS, OU MATEMÁTICAS DIFERENTES?
Quanto a pergunta foi colocada, surgiu-me uma questão prévia:
Fará sentido discutir este assunto, quando as práticas lectivas, na globalidade, permanecem imutáveis ano após ano?
Como resposta creio que se justifica como um exercício pertinente teórico/académico de reflexão.
Assim sendo…
1. A apropriação que cada docente de Matemática faz do programa, de acordo com a sua formação de base, as suas ideias e princípios etc, conduzem, na prática, a uma multiplicidade de abordagens, que, no limite, constituem outros tantos programas.
2. Por outro lado, a experiência diz-me que somos nós, professores que adaptamos e ajustamos o programa em função de nós próprios (e não em função dos alunos…), dando ênfase a uns temas, relativizando outros. Aponto como exemplo a Geometria sintética e a Geometria cartesiana. Assim, considero potencialmente irrelevante a mudança face à prática no terreno.
3. Vários programas implicariam opções. Os alunos, do ensino básico, ainda não possuem suficiente maturidade e ainda não tiveram um leque variado de experiências que lhes permita definir um caminho. A maioria dos pais não possui conhecimentos que auxiliem na escolha. Este modelo poderia potenciar o agravamento de clivagens sociais e gerar escolas para elites e escolas para os outros.
Defendo uma única Matemática para todos os alunos do ensino básico.
4. Há, no entanto, quem defenda a existência de Matemáticas em função das populações, ou seja em função do meio social no qual a escola se insere. Os defensores desta corrente de opinião, contrária ao modelo de ensino unificado, preconizam que sejam os alunos (devidamente orientados) a escolher as matérias que pretendem aprender...de acordo com uma intenção profissionalizante. Não concordo com esta perspectiva porque a considero predominantemente utilitária e porque acredito na importância da Matemática nos seus variados domínios ao nível da cidadania, da liberdade, da autonomia e da massa crítica.
Deixo em aberto outra questão:
Seria pertinente abdicar conceptualmente do Programa e adoptar Referenciais de Competências adaptáveis às diferentes comunidades?
Ao nível do secundário, creio que faz sentido a existência de uma diversidade de programas em função das opções e intenções de prosseguimentos de estudo ou saídas profissionais. Seriam Matemáticas para as profissões, organizadas de um modo não estritamente utilitário, mas preferencialmente dirigidas às necessidades específicas de cada conjunto de grandes áreas a definir.
Nesta perspectiva não incluo a actual Matemática B, a qual está impregnada de um conjunto de equívocos de natureza pedagógica e científica. Vejam-se alguns enunciados de provas de exame (num certo sentido são independentes do programa mas influenciam-no e condicionam-no!). Note-se, por exemplo, a abordagem da distribuição binomial sem falar no Cálculo Combinatório. Não vislumbro particular relevância nesta Matemática para artistas e tecnólogos. Uma abordagem mais exaustiva das Geometrias teria certamente mais importância e mais futuro para os alunos.
No actual estado das coisas mais programas é sinónimo de mais balbúrdia.
A MESMA MATEMÁTICA PARA TODOS OS ALUNOS, OU MATEMÁTICAS DIFERENTES?
Quanto a pergunta foi colocada, surgiu-me uma questão prévia:
Fará sentido discutir este assunto, quando as práticas lectivas, na globalidade, permanecem imutáveis ano após ano?
Como resposta creio que se justifica como um exercício pertinente teórico/académico de reflexão.
Assim sendo…
1. A apropriação que cada docente de Matemática faz do programa, de acordo com a sua formação de base, as suas ideias e princípios etc, conduzem, na prática, a uma multiplicidade de abordagens, que, no limite, constituem outros tantos programas.
2. Por outro lado, a experiência diz-me que somos nós, professores que adaptamos e ajustamos o programa em função de nós próprios (e não em função dos alunos…), dando ênfase a uns temas, relativizando outros. Aponto como exemplo a Geometria sintética e a Geometria cartesiana. Assim, considero potencialmente irrelevante a mudança face à prática no terreno.
3. Vários programas implicariam opções. Os alunos, do ensino básico, ainda não possuem suficiente maturidade e ainda não tiveram um leque variado de experiências que lhes permita definir um caminho. A maioria dos pais não possui conhecimentos que auxiliem na escolha. Este modelo poderia potenciar o agravamento de clivagens sociais e gerar escolas para elites e escolas para os outros.
Defendo uma única Matemática para todos os alunos do ensino básico.
4. Há, no entanto, quem defenda a existência de Matemáticas em função das populações, ou seja em função do meio social no qual a escola se insere. Os defensores desta corrente de opinião, contrária ao modelo de ensino unificado, preconizam que sejam os alunos (devidamente orientados) a escolher as matérias que pretendem aprender...de acordo com uma intenção profissionalizante. Não concordo com esta perspectiva porque a considero predominantemente utilitária e porque acredito na importância da Matemática nos seus variados domínios ao nível da cidadania, da liberdade, da autonomia e da massa crítica.
Deixo em aberto outra questão:
Seria pertinente abdicar conceptualmente do Programa e adoptar Referenciais de Competências adaptáveis às diferentes comunidades?
Ao nível do secundário, creio que faz sentido a existência de uma diversidade de programas em função das opções e intenções de prosseguimentos de estudo ou saídas profissionais. Seriam Matemáticas para as profissões, organizadas de um modo não estritamente utilitário, mas preferencialmente dirigidas às necessidades específicas de cada conjunto de grandes áreas a definir.
Nesta perspectiva não incluo a actual Matemática B, a qual está impregnada de um conjunto de equívocos de natureza pedagógica e científica. Vejam-se alguns enunciados de provas de exame (num certo sentido são independentes do programa mas influenciam-no e condicionam-no!). Note-se, por exemplo, a abordagem da distribuição binomial sem falar no Cálculo Combinatório. Não vislumbro particular relevância nesta Matemática para artistas e tecnólogos. Uma abordagem mais exaustiva das Geometrias teria certamente mais importância e mais futuro para os alunos.
No actual estado das coisas mais programas é sinónimo de mais balbúrdia.
novembro 01, 2006
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