julho 20, 2011

O JOÃOzinho saltitante

Foi insolente.

Perante a suspeita que a falta disciplinar estaria adquirida ou iminente perguntou

- stôr tenho falta?

Não tendo alimentado a questão o professor disse-lhe que, sobre isso, falariam no fim da aula.

- até lá fico a aturar isto….não é!? (mostra-se irritado, fica agitado e resmunga entre dentes)

- João, eu não estou a ser mal-educado contigo, diz-me se achas correcto o teu comportamento?

- …

Perante a não irritação do professor (ou irritação disfarçada…) o seu comportamento deliberadamente provocador foi-se diluindo à medida que a aula prosseguia em paralelo. Por vezes lembrava-se da sua intenção desestabilizadora e provocava cantarolando em voz alta, mas desistia perante a indiferença geral ou por confronto com um olhar calmo, incisivo e ambíguo (conclusão à posteriori, dado que o professor terá pensado que fez a cara correcta para o efeito e não uma qualquer cara de parvo…)

A falta disciplinar era um dado adquirido nessa fase da aula. O professor achou que, apesar da insolência, da provocação e da punição disciplinar, o aluno, estando na sala de aula, deveria participar nas tarefas propostas. Chamou-o ao quadro e esteve disponível para o auxiliar na resolução do exercício.

No final da aula foi-lhe comunicada a marcação da falta e explicado o motivo. Por uma questão de clareza, explicou-se o óbvio. Ficou duplamente fulo. Teve que gramar a aula e no fim teve falta sem ter ido apanhar ar, conforme desejaria e já acontecera noutras circunstâncias.

Mudou de atitude?

Não.

Manteve-a?

Não…

Começou a faltar sistematicamente às aulas…!!!

Encontram-se regularmente no espaço escolar e cumprimentam-se como se nada se tivesse passado. O professor recorda-o que terão aula a seguir e diz-lhe “até já”, ele diz que sim mas não aparece…

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