setembro 10, 2009

Breve revista da imprensa...
Começo pelo intrigante título de um artigo no Público de ontem: ARAVENA, O ARQUITECTO QUE FAZ MEIAS CASAS. Meias casas? Coloca-se de imediato a hipótese de ser mais uma excentricidade artística, porém o subtítulo repõe a lógica do conceito: "(...)casas para famílias a baixo custo". O que poderia parecer uma questão exclusivamente estética revela-se um compromisso de natureza social. A conjugação destes dois domínios é extremamente interessante, mas não é um conceito original. Ao ler o artigo recordei-me do bairro da Malagueira em Évora e do arquitecto Siza Vieira que o projectou no final dos anos setenta (XX). O conceito é equivalente ao de Aravena pois tratou-se de construir uma habitação a custo reduzido, para casais jovens em início de vida comum. O projecto inicial previa a hipótese de se construir um segundo andar, quando a bolsa estivesse mais recheada e o agregado familiar aumentasse. Segundo creio a evolução arquitectónica do bairro foi acompanhada por Siza Vieira até 1997.
Volto a Alejandro Aravena, ao seu projecto Elemental cujo cerne visa a supressão da pobreza (que o próprio explica numa conferência sobre arquitetura em Santiago de Compostela) e ao seu país de origem, o Chile. Chile que, faz amanhã trinta e seis anos, viveu um dia violento e sangrento que marcou o fim do governo democrático e de esquerda de Salvador Allende, substituido por uma obscura, sinistra e feroz ditadura militar com a benção dos EUA.
(...)

Sem comentários: