julho 06, 2009

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Sem enquadramento a abrir, o filme constrói-se gradualmente à medida que o tempo passa.
É crescente o incómodo do espectador, numa asfixia que só termina quando se sai da sala e se chega à rua. Entretanto o absurdo é propositadamente elaborado como fábula dos tempos actuais, entre o fingimento e a resistência obsessivamente insana.
Isabelle Huppert apresenta-se-nos, com é hábito, num registo denso o qual estabelece pontes com outros papéis que desempenhou e é indissociável dos mesmos. Aliás, o filme incorpora várias referências a filmes de vários autores culto. Numa das cenas a mãe (Huppert) atira o lanche entre um lado e outro da movimentada auto estrada, num momento síntese entre Tati (do filme Traffic) e Hitchcock (dos Pássaros), dois universos diferentes e aparentemente inconciliáveis.
Não sendo uma obra soberba, esta primeira longa-metragem de Ursula Meier, filmada num desactivado aeródromo búlgaro é suficientemente interessante para ser vista no cinema.

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