janeiro 11, 2009

Mail recebido hoje -para ler e divulgar-
Caros colegas da Ferreira Dias, e de outras escolas
Como alguns de vocês sabem, tenho estado envolvido nesta luta dos professores, um combate difícil e ao mesmo tempo exaltante. Estamos agora no limiar de uma fase especialmente complicada, com a provável perspectiva de muitos colegas se sentirem aliciados pelo modelo de avaliação "simplex", não percebendo que, se cederem agora, perderão uma oportunidade única de manter os professores mobilizados para irem muito mais longe na luta, não apenas contra um modelo iníquo de avaliação, mas contra o Estatuto da Carreira Docente, a matriz de onde decorrem todas as agressões que o actual governo tem desferido contra os docentes e contra a escola pública em geral. Não podemos, portanto, recuar na resistência que estamos a desenvolver nas nossas escolas.
A Ferreira Dias foi uma das primeiras escolas em que o seu órgão pedagógico decidiu suspender a avaliação, decisão que foi depois reforçada numa reunião geral de professores. É por isso que me dirijo a vocês, como me tenho dirigido a colegas de outras escolas, apelando a que promovam no vosso estabelecimento de ensino, e preferencialmente nas duas primeiras semanas do 2.º período, uma nova reunião geral de professores que reafirme a posição anteriormente tomada.
Nesse sentido, envio-vos em anexo dois documentos que poderão ajudar-vos a enquadrar a vossa luta. O primeiro é um comunicado que dá conta de uma reunião, recentemente ocorrida, da Comissão Provisória de Coordenação das Escolas em Luta, um órgão que representa professores de norte a sul do país e que saiu do primeiro Encontro Nacional de Escolas em Luta que decorreu em Leiria no passado dia 6 de Dezembro. Quero que saibam que as escolas não estão sozinhas ou isoladas umas das outras, mas que contam agora com uma estrutura organizativa capaz de articular a sua luta num âmbito mais abrangente. Como vêem por esse comunicado, diversas iniciativas irão ter lugar no mês de Janeiro: uma manifestação/concentração frente ao palácio do Presidente da República a 19 de Janeiro, dia da greve nacional, e, no dia 31, o segundo Encontro Nacional de Escolas em Luta.
O outro documento que vos envio em anexo é a minuta de uma declaração que os professores poderão entregar nos conselhos executivos em substituição da entrega dos objectivos individuais, quando começarem a ser pressionados nesse sentido. Trata-se de um documento que pode ser apresentado e distribuído pelos colegas na reunião geral de professores que se vier a realizar, sem prejuízo de que nela saia uma moção que reafirme a oposição dos professores ao modelo de avaliação, ao Estatuto e ao modelo de gestão escolar.
Além disso, e sem querer parecer dirigista, gostaria de realçar a importância de, nessa reunião geral de professores, se mobilizar os colegas para participarem na manifestação de 19 de Janeiro e no próximo Encontro Nacional de Escolas em Luta. Como esse Encontro pressupõe que cada escola seja representada por dois professores eleitos no seu estabelecimento de ensino, a reunião geral de professores poderia ser aproveitada para se proceder também a essa eleição.
Peço-vos desculpa por tanta sugestão, mas, neste momento, é fundamental que nos organizemos para dar consistência à luta que estamos a travar e para que os colegas mais timoratos ou mais desorientados saibam que, em muitas outras escolas do país, os professores estão na firme disposição de continuar o seu combate.
Um abraço a todos,
Mário Machaqueiro

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