julho 27, 2004

Na República do Faz de Conta...
Ultrapassado o estado de cepticismo generalizado, depressa adoptámos uma pose guerreira e triunfal. Recuperámos Aljubarrota, comemos bifes e por aí fora. Fomos altivos e desprezíveis, com os nossos vizinhos, mais ou menos próximos.
Gastámos um ror de papel na construção de megalómanas infra-estruturas, algumas das quais todos, agora, fogem (Algarve), outras privilegiaram a doentia clubite à municipalidade de um estádio comum.
No regresso à realidade quotidiana, após um sonho não concretizado por indeferência de humildes trabalhadores lá das bandas do Parténon, tudo descambou. Desde surpreendentes e inacreditáveis ascensões à triste e dolorosa devastação de matas e florestas, passando por três mortes de três insubstituíveis.
Aflitos com fogos não circunscritos pedimos auxilio.
Faltam-nos meios!
Faltam Canadair´s e helicópteros.
Quem é que se disponibiliza para nos ajudar? Precisamente alguns dos quais mereceram os nossos mais jocosos comentários.  São esses que se dispuseram a ceder meios materiais e humanos para combater os incêndios.
A prevenção e combate ao flagelo natural que mais nos afecta custa muito dinheiro. Como todos facilmente compreendem, é impossível gastar o que se não tem ou comprar dois automóveis topo de gama quando a verba que dispomos apenas nos permite a aquisição de um utilitário.   Somos um país pelintra a armar constantemente ao fino.
Até quando?
E a percentagem do IRS destinado aos Bombeiros?
Não me parece que não seja suficiente para adquirir pelo menos um Canadair e alguns autotanques por ano.
Se calhar foram canalizados para outros sectores mais imediatamente importantes, o que nos poderá permitir, p.e.,  ver os fogos num ecrãn gigante de um qualquer estádio do nosso orgulho.
....vamos longe!

Sem comentários: